Inauguro a partir desta edição do Jornal PÚBLICO a rubrica “caminhos da viragem”, que proponho seja semanal, com o objectivo basilar de colocar no topo das atenções o conhecimento como base para o desenvolvimento.
Espero que seja um espaço de interacção e de partilha de experiências em que cada um possa ter a possibilidade de mostrar como o conhecimento pode ajudar a melhorar desempenhos individuais e em organizações, quer públicas quer privadas. Esta abordagem é de carácter complementar a outras iniciativas de mudanças já engajadas a diferentes níveis que, por motivos de vária ordem, podem não estar a produzir os efeitos desejados, por falta de recursos, no caso o conhecimento. Face à escassez de recursos proponho que exploremos o conhecimento como recurso válido. Como é que o conhecimento pode ser útil ao desenvolvimento em Moçambique? É a questão que responderemos em conjunto.A mudança e o desenvolvimento dependem do Homem e da sua atitude face ao trabalho. Quem conhece e usa o conhecimento no seu trabalho, e tem visão e compartilha com os seus colabodores e parceiros, quem acredita num futuro melhor e planifica o seu trabalho pode empreender e produzir resultados. Aquele que produz resultados produz mudanças e desenvolvimento.
Os resultados não aparecem de um dia para o outro, pois o desenvolvimento não acontece por magia mas pelo trabalho árduo, pela crença e abnegação com a missão que os trabalhadores do conhecimento devem abraçar na prossecução das suas tarefas. Não devemos esquecer também as promessas que fazemos .
Não esquecer as promessas é sinal de respeito, de responsabilidade e amor ao próximo. Sem esses princípios dificilmente chegamos à perfeição.
Não esquecer as promessas é sinal de respeito, de responsabilidade e amor ao próximo. Sem esses princípios dificilmente chegamos à perfeição.
Meu irmão cumpriu com a sua promessa de um dia me oferecer um Volkswagen e um terreno. Ele cumpriu porque assumiu a sua promessa e nela acreditou. Acho também que conseguiu porque sentiu em mim, seu irmão mais novo, a força de vencer, pois nunca fiquei contemplando à espera que ele me trouxesse o carro, mas pelo contrário fui tentando me organizar à minha maneira, produzindo resultados do meu próprio esforço.Há 15 anos, lembrome, quando acabava de terminar meus estudos, meu irmão sentia-se no dever de um pai, de dar um primeiro empurrão a seu filho. Como não tivesse posses para comprar uma casa, e um carro novo, virou-se para mim e disse: “eu sei que gostas do Volkswagen, aquele que papá tinha antigamente; olha, eu vou te comprar aquele carro. É prático e bom para um jovem a começar a vida; vou também comprar uma quinta do tamanho de um campo de futebol onde todos irmãos vamos construir nossas casas.Em Agosto de 2010, quando eu menos esperava, meu irmão me ligou para me mostrar o espaço onde iríamos construir nossas casas e entregar-me a chave do meu Volkswagen.
Muitos pais e irmãos mais velhos devem ter feito promessas parecidas aos seus filhos e irmãos mais novos. Se meu “mano” conseguiu, é sinal que vocês também podem, bastando não se esquecerem que os resultados se conquistam com perseverança; é preciso não desistir, ter crença e, sobretudo, não se deixar abalar, pois muitas vezes não vamos até ao fim das nossas ideias porque aparece alguém no início a nos contrariar enquanto ainda damos os nossos primeiros passos. Isto aconteceu com o Jornal PÚBLICO, poucos acreditaram no início dos primeiros passos deste órgão de comunicação, da mesma forma como poucos parecem acreditar na viragem. Se não tivermos crença, dificilmente iremos à consecução das nossas promessas, sobretudo por vacilar à primeira objecção.
"Participe enviando textos e comentários sobre as diversas categorias neste espaço que é nosso"
In Jornal Público ed.84
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